Narciso (pós-Natal)



Talvez fosse pra praia de Santiago. Estava pensando em voltar, lembrava daquela praia, é uma das mais bonitas daqui de São Paulo, preferia ir sozinha sabe, padrão de estilo solitário se confunde com carência, com esse apego as pessoas, é ruim gostar de gente eles diziam, mas achava ruim gostar das pessoas erradas, porque existem as que te fazem feliz, e a gente sempre opta pelo outro lado. Lembrava de ter sonhado com objetos, uma garrafa de Lambrusco frisante, um pote de mel e alguns livros de Baudelaire ou Rimbaud, acontece que. Ela sempre parava em alguma fala importante, não queria mais aquelas luzes, não queria mais nada. Queria se afogar em uma torta de sardinha, vomitar a noite toda e fumar alguns cigarros, tomar um porre, Ouvindo Sonic Youth, essa seria sua festa. Foi um dos anos novos mais tranquilos que passou. Sozinho se entendo super bem. Queria ao menos tocar a felicidade nesse instante, permanecia triste, não sabia a hora exata que começara, não sabia nem ao certo o motivo, se achava injuriada com algumas coisas, ainda não tinha decidido nada, guardava papeis e caneta na mochila esperando as idéias inovadoras. De saco cheio da vida novamente, não tinha colocado o ponto certo, não tinha acabado com seu ciclo e nem despertado interesse para nada. Volta e meia se via nos mesmos assuntos inacabados e não tinha decidido o que ia fazer ainda, não pensaria, evitaria essa balburdia de pensamentos, mas sabia que em algum momento ele poderia acreditar.

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